sábado, 16 de fevereiro de 2008

Cultura, Ideologia e Comunicação Social no Brasil

Os grandes povos do mundo ocidental capitalista adotam como fundamento cultural a valorização do capital, como justificativa aos bens materiais por entenderem que isso dê privilégios, poder e prestígio. Bom este fato é causa de grandes desigualdades sociais, culturais e ideológicas.
Cito estes aspectos: cultural, social e ideológico, por entender que são estruturais dentro de uma sociedade. Temos por tanto que identificar e conviver com os vários lados de uma mesma sociedade, sobre tudo nós os jornalistas formadores de opinião.
Preferir seguir uma linha mais livre que se paute em valorizar e procurar entender as manifestações culturais como peças estruturais na organização e universalidade erudita e popular de uma sociedade é antes de tudo respeitar nossos antepassados. Lutar contra os poderes ideológicos que censuram e discriminam determinadas manifestações culturais é tarefa não só do jornalista, mas de todo cidadão “livre”. Uma sociedade evoluída teve ter a maturidade de conviver com o diferente em seu meio democraticamente.
Esta luta ideológica é uma constante no mundo e seu objetivo é conquistar e manter o poder da informação nas mãos. Para isso são gastos milhões de reais em publicidade todos os anos, destinada única e exclusivamente a massificação de cultura, ou seja, manipulação de pessoas pelos monopólios de comunicação ideológica que culmina em uma verdadeira indústria de mentes.
Lutar contra estes valores fúteis e consumistas que a mídia prega e faz com que se deturpem uma série de conceitos e valores éticos do cidadão determinando uma contradição ideológica (visão de mundo) nos indivíduos, agindo como se fosse um vírus de computador, gerador de uma pane no sistema. O reflexo disso na sociedade é a substituição ou inversão de “valores” (familiares e de bons costumes) ditados e impostos pela mídia, tornando a sociedade não mais “livre” e sim “refém” de si mesma, por tanto defender um modelo de comunicação democrática e participativa é uma forma de mudar este quadro.
Vivemos uma ditadura não militar, mas ideológica forjada não na força física, mas no cerne de nossas cabeças, dando-nos sensações de liberdade e prazer artificiais e impondo o consumismo como forma de salvação.
No entanto este processo dominante de alienação, imposta a grande massa da população gerou uma grande “teia” com tentáculos duros e desconfortáveis, onde atualmente nota-se uma grande insatisfação popular com a péssima qualidade da programação da televisão, o que justifica a pouca variedade de opções de emissoras e canais em TV aberta no Brasil, principalmente sob o fato de serem pouco educativos.
Graças a Deus uma característica inerente à sociedade se faz presente, que é o de mobilização popular, onde se atribui inúmeras conquistas. Os vários movimentos sociais existentes são atuantes junto à sociedade e seus governantes, questionando e no mínimo promovendo uma reflexão no sentido de mudança e de justiça. Passando por caminhos preconceituosos e ideológicos, estes movimentos vão vencendo pouco a pouco.
Em fim, ideologia e visão de mundo, conquistas inerentes ao indivíduo subjetivo e imprevisível, mas capaz de amar e odiar, desejar e desprezar, ganhar e perder, ser fiel e infiel, ter fé e ser ateu, não importa, a humanidade teve ser tratada e respeitada enquanto seres humanos, pessoas, homens e mulheres e não como máquinas programadas por alguém para dar lucro a um monopólio ideológico fascista e impiedoso.

As causas das desigualdades sociais no Brasil

Falar deste assunto, tão atual, é ao mesmo tempo refletir sobre nossa vida, o mundo em que vivemos e para que vivemos tanto sob seu aspecto histórico, seu aspecto social, político em fim é ir na sua origem é buscar os fatos históricos (erros históricos) desta concepção de mundo que experimentamos e notamos tantas desigualdades sociais.
Questionar é importante, mas buscar o entendimento dessa sociedade extremamente desigual e ao mesmo tempo organizada em classes sociais distintas entre si, com características de linguagem próprias é extremamente complexo, como é complexo o indivíduo.
Acredito que a estratificação social (Max Weber) é um fator gerador de desigualdades, até porque os critérios de divisão estão em três esferas dimensionadas que são: a política, a econômica e a social. Os indivíduos se situam na escala de estratificação de modo diferente no âmbito das 3 dimensões de estratificação, assim, e entendo que havendo divisão na sociedade, não há como se fazer justiça social.
Karl Marx define que a relação de grupos de produção entre os indivíduos, forma a base que condiciona a sociedade a ser classista, desde modo a “informação” produzida pela classe dominante, manipuladora (atende a interesses econômicos) faça circular apenas a informação que lhes atenda. Fazendo com que esta informação não circule pela sociedade de forma democrática. Assim, esta informação em poder de poucos faz com que a divisão de classes fique mais desigual e isso só tende a piorar.
Com o grande fluxo de informação existente hoje e sobre tudo a forma com que seu conteúdo determina a vida social, ditando o certo e o errado, o bom e o ruim, o feio e o bonito, o rico e o pobre amplifica este quadro desigual.
O poder da informação monopolizada na sociedade sem nenhum tipo de controle é extremamente nocivo pela falta de isenção. O individuo é formado por estes meios de comunicação de massa (jornal, rádio e televisão), com extrema crueldade, pois isso acaba influenciando direta ou indiretamente o indivíduo em seu comportamento social. Acaba tirando, com isso as alternativas da busca de informação isenta, para que o individuo receptor tenha como comparar e analisar formando seu próprio juízo.
Com está desigualdade Dizer da falta de escolas públicas que seguem uma política de inclusão com qualidade em que meninos e meninas carentes possam usufruir e tirar proveito de um bom ensino, dando o subsídio necessário para que este indivíduo possa se desenvolver, é chover no molhado. Falar da falta do interesse dos políticos nas questões de saúde e educação neste país é sem dúvida um grave reflexo da verdadeira causa do caos da desigualdade social neste país.
Para fazer com que a classe pobre, ou seja, menos favorecida tenha uma mobilidade social crescente é necessário que cada indivíduo assuma um papel, cuja os ingredientes incluam algumas características próprias como: a busca de uma reflexão de mundo e sociedade, traçando objetivos, atitude de mudança de comportamento, luta por melhores ambientes sociais (escolas, postos de saúde, movimentos sociais, etc.), isso constitui em resgate à cidadania e luta social, não contra os outros grupos sociais e sim por uma melhor distribuição de renda, cobrando seus direitos junto às autoridades. É isso mesmo, essa atitude de engajamento de indivíduos reflete maturidade, coragem e sobre tudo vontade de mudança.
Em todas as relações humanas existe o erro e o acerto. No mundo em que vivemos a todo momento estamos sujeitos a errar e acertar, é claro, aprendemos com os erros até porque, não erramos sozinhos e nem acertamos sozinhos, a sociedade é dinâmica e sofre constantes mudanças, o indivíduo é dinâmico é também muda, evolui. Pensar uma sociedade mais justa seria pensar em uma sociedade mais evoluída.

A comunicação como fenômeno sociológico segundo a abordagem de Durkheim, Weber e Marx?

Através da exterioridade de Durkheim, a emissão de valores passados ao indivíduo na sociedade que são de certa forma regras de conduta, juntamente com a coercitividade (idéias, normas e regras a serem seguidas pela sociedade), notamos a imposição de mecanismos de persuasão variados. Um exemplo disso é a imposição de idéias (informação) pela mídia desde os programas jornalísticos, muitas vezes sensacionalistas, até os programas de entretenimento, que tentam por si só ditar regras de conduta na vida social.

Para Weber, a comunicação é percebida nas ações do cotidiano (qualquer ação que o indivíduo pratique orientado pela ação de outros). Neste contexto qualquer ato do indivíduo terá um desencadear de outras ações em benefício ou não da sociedade o que se configura ação social que não deixa de ser um ato de comunicação. Tenho como exemplo, as denúncias envolvendo corrupção na política, que é um processo histórico no país que originam sempre outras e outras semelhantes.

A comunicação, sob a ótica de Marx, pode ser caracterizada ao se observar os grupos sociais que estabelecem uma comunicação particular. Cada grupo é formado por critérios materiais. Na sociedade capitalista, objeto de seu estudo, a comunicação atinge caráter de um negócio que envolve diversos interesses, sobre tudo de poder e perpetuação do poder e exploração de indivíduos pertencentes a grupos sociais menos favorecidos economicamente. O estímulo ao consumo é a valorização de bens materiais é característica principal da comunicação na sociedade capitalista.

ARTIGO: “Reflexões de um jornalista”

RESUMO
Os veículos de comunicação, sofreram e sofrem até os dias de hoje reflexos de sua história, que no dia a dia é contada para milhares de pessoas, possibilitando uma evolução ágil e extremamente necessária para a vida da sociedade. A cada dia existe um fato novo para se repercutir na sociedade, sabemos que novos conceitos, novas idéias, assustam os homens, pensemos, sem este elemento “novo” em constante erupção, a humanidade já estaria extinta.

ABSTRACT
The media suffer until these days consequences of its story, that is every day counted for thousand of people, making possible a fast and necessary evolution to the life of society. Every day there's a new fact to re-echo around. We all know that people get scared with new concepts and ideas, but without it, humanity would be extinct.

Palavras Chaves:
Censura; Conquista; Manipulação; Sensacionalismo; Novas idéias;


Refletir certamente é algo que toda pessoa deveria fazer constantemente, a fim de buscar um conhecimento e repensar possíveis conceitos e pré-conceitos para que a humanidade possa se evoluir pacificamente. A imprensa, o impresso segue este processo de evolução dia a dia, é fato que à tecnologia de impressão teve um grande desenvolvimento ao longo dos anos e sem dúvida hoje é uma ferramenta preponderante na impressão de jornais, revistas, enfim, impressos em geral.
Quanto ao conteúdo do que é impresso, faz necessário analisar o papel da informação, seja ela escrita ou iconográfica, ao longo dos anos conquistando espaço, diante da censura exercida pelos poderosos, justificada pelo medo que essas pessoas tinham e ainda têem em dividir a informação, pois, temiam e temem que o povo letrado não mais rezasse em suas cartilhas, partindo do pressuposto liberdade com responsabilidade. Essa briga vem desde o movimento Renascentista com o surgimento de manuscritos anônimos, o que facilitou burlar a censura dos poderosos e inserir o povo no contexto da informação feita pelo povo. Porém, logo se instituiu o Index – uma espécie de selo, onde todo manuscrito teria um, assim, o governo saberia sua autoria e teria com isso um maior controle. Veja, este controle existe até hoje, baseado no controle amplo do poder econômico que rege nossa sociedade moderna.
As amarras políticas sofridas pela imprensa, a fim de censurar o exercício de sua atividade e mais as imposições arbitrárias na informação teve fim na imprensa norte-americana em 1791 com a Primeira Emenda que dizia: “O Congresso não fará lei alguma sobre qualquer estabelecimento religioso ou que resulte na proibição do seu livre exercício; ou que limite a liberdade de falar das pessoas ou da imprensa.”.
Essa “conquista” hoje, serve apenas para nos atentar de que a guerra pela real liberdade e cidadania não acabou e está longe de acabar. Contudo temos de utilizar deste reconhecimento de imprensa em prol da sociedade como “quarto poder” batizado pelo historiador Macaulay, e posteriormente usado como título do livro sobre imprensa, escrito pelo jornalista F. Knight Hunt em 1850, para fazer e lutar por um jornalismo imparcial e objetivando principalmente o aspecto social, onde a temática é informar o povo, trazendo-o a participar do processo.
Vivemos em constante mudança, onde a velocidade dos fatos é assustadora, contudo, a dialética do dia a dia da informação nos leva muitas vezes a praticarmos um jornalismo tendencioso e submisso a pré-conceitos pessoais, isso é algo que precisamos vigiar de perto, para que não possamos contaminar a informação. Visto que muitas vezes nos deparamos com situações como o caso de um jornalista que estava no anonimato, e teve a oportunidade de vivenciar uma grande história (a maior de sua vida), em que manipula a situação transformando a realidade em um circo tendencioso, simplesmente a fim de buscar a fama e a audiência, sem saber que sua tentativa de chegar ao sucesso a qualquer preço poderia custar a vida de um homem trabalhador, que neste caso, era um ex-funcionário de um Museu que estava circunstancialmente cometendo um erro,ao dar um tiro acidental em um ex-colega segurança e de manter como reféns a dona do Museu em que trabalhava, um grupo crianças, sua professora e o jornalista oportunista.
A esta altura o jornalista só pensava em si e na matéria bombástica que proporcionaria. Conclusão ele não consegue o sucesso que queria, pois isso é roubado dele por outros colegas que pensam como ele, e em sua consciência fica o remorso pela vida de um homem trabalhador.
Este tipo de jornalismo sensacionalista e manipulador deve ser mais vigiado e discutido sob a lente da ética e da moral. Contudo, é necessário pensar o jornalismo num contexto histórico, revendo questões antigas, como o eterno problema entre “partidarismo” e “pseudo-objetividade” em uma “imprensa livre”. Entendemos, que mostrar os fatos para a sociedade sob um olhar favorável a uma elite, não traduz a função jornalística em si, ao contrário, promover a discussão da notícia em fatos num âmbito popular, para que a sociedade questione idéias, intenções livremente, estaríamos democratizando a informação e dando um grande passo em fazer com que a sociedade exercesse sua cidadania plenamente.
É preciso não só investir em um layout mais amigável ao leitor com o intuito de vender a informação pura e simplesmente, a coisa vai além. A partir do surgimento do jornalismo investigativo como instrumento de investigar a corrupção político-administrativa dos governos, houve um grande avanço provocando grandes discussões políticas e judiciais. Como ocorreu, no escândalo do mensalão, bingos e caixa 2 do governo Lula e de outros governos.
Os veículos de comunicação, sofreram e sofrem até os dias hoje reflexos de sua história, que no dia a dia é contada para milhares de pessoas, possibilitando uma evolução ágil e extremamente necessária para a vida da sociedade. A cada dia existe um fato novo para se repercutir na sociedade, sabemos que novos conceitos, novas idéias, assustam os homens, pensemos, sem este elemento “novo” em constante erupção, a humanidade já estaria extinta.

A entrevista é a alma do bom jornalismo

Quando falamos de uma entrevista bem feita, sob o olhar dos parâmetros de objetividade, tempo e qualidade, automaticamente nos remete a falar do jornalista, do repórter, que conduz a entrevista de forma limpa e clara, a fim de informar centenas de pessoas com um bom jornalismo.
O repórter tem o dever de dar a notícia o mais imparcial possível, sua conduta em uma entrevista dever ser pautado na cautela e na observação, principalmente para não assustar ou inibir seu entrevistado. Deve procurar se aproximar, usando jogo de cintura, habilidade no trato com as palavras, sobre tudo ter precisão cirúrgica em sua pergunta.
É importante também dizer, que o repórter deve ser uma pessoa aberta, livre de pré-conceitos e arrogância, para não contaminar sua entrevista e principalmente ser desagradável com seu entrevistado. Entender que o entrevistado é um ser humano dotado de qualidades e defeitos e saber extrair o máximo de informações dele se torna a razão maior de sua profissão.
A vida do jornalista, do repórter, é muito corrida, o cumprimento de metas e horários é rígido, mas ter um tempo de ler e se atualizar são fundamentais na formação de um profissional de comunicação social, pois uma das qualidades de um comunicador é de ter um rico conhecimento em assuntos gerais. Isso se justifica, principalmente no preparo de uma entrevista, onde se estuda detalhes de seu entrevistado e se pesquisa informações inerentes à entrevista. Isto é uma forma de precaver de possíveis “saias justa” e constrangimentos do repórter.
No trato com a fonte, é indispensável o jogo de cintura por parte do jornalista, existem casos em que a fonte passa a informação e exige que antes da notícia ser publicada faça uma releitura do que foi escrito. Este fato para muitos, só ajuda a melhorar a qualidade e a confiabilidade da informação veiculada. Mas para outros é uma forma que a fonte encontra de exercer pressão sobre o jornalista, exigindo que o mesmo faça cortes na sua notícia tais como: retirar este ou aquele nome, omitir esta ou aquela informação sob pena de que se não fizer, o jornalista não mais terá acesso às informações por ela passadas.
Existem casos também em que a fonte é um anunciante, ai a pressão e as censuras são mais fortes, sobre tudo porque estas pessoas são escoradas na “força” e no “prestígio” que detém, mas é bom lembrar que o jornalista nunca deve renunciar ao seu direito de rejeitar tais pressões exercidas pelas fontes na tentativa de intimidá-lo.
Mas é verdade e também muito comum, o repórter de jornal por exemplo, telefonar para alguma fonte com a finalidade de escrever com exatidão sobre um fato ou checar números que lhe foram fornecidos, mas isso é coisa mínima, não é a verificação de todo um trabalho.
Gostaria de finalizar meu texto com uma frase do juis Murray T. Gurfein que assim se expressou: “Uma imprensa incômoda, obstinada, onipresente, tem de ser aceita pelas autoridades, para que sejam preservados os maiores valores da liberdade de expressão e o direito do povo à informação”.

Fenômenos Contemporâneos de Comunicação de Massa (Publicidade) Nas Perspectivas Teóricas:

Publicidade - Perspectiva de Estudos Culturais no Capitalismo

Nesta teoria de Estudos Culturais que propõe a interdisciplinaridade entre as culturas, deixando conceitos antigos professados por antropólogos e adotando uma visão mais completa de cultura passando pelas áreas sociológicas, históricas, filosóficas e também antropológicas.
Conta esta teoria que desde o pós-guerra na Inglaterra, já se sentiam mudanças de valores culturais na classe operária. De certa maneira estes operários já sentiam influencias de grupos sociais e culturais. Sua formação cultural não era mais apenas fruto de literaturas e arte de artefatos, estariam interligadas também as condições econômicas deste indivíduo.
Desde modo as práticas que permitiam reconstruir o comportamento do indivíduo de forma padronizada e rotineira criavam indivíduos com as mesmas idéias compartilhadas. A vida cotidiana era totalmente influenciada pela cultura gerada do período vigente.
Não podemos descartar a massificação que os MCM (Meios de Comunicação de Massa) provocavam, eles agem representando e produzindo constantemente práticas culturais.
As questões que nos levam a reflexão deste fenômeno “Publicidade” na perspectiva de Estudos Culturais no capitalismo é a percepção que se observa das ideologias e a verificação de resistências no momento em que se recebe a informação pelos MCM, gerando formação de identidades culturais “tribos”, constituídos de indivíduos com um mesmo pensamento se comportando da mesma maneira em plena manifestação revés cultural.

Publicidade - Perspectiva da Teoria Crítica no Capitalismo

Esta teoria é a mais debatida das teorias da comunicação, porém esta teoria não foi criada para solucionar os problemas da comunicação. Por ser uma teoria baseada e fundamentada no pensamento de Marx ela vem criticar nosso cotidiano e nosso comportamento em grupo (cultura).
Mais especificamente sua preocupação é de como as pessoas se comportam no dia-a-dia do capitalismo focando as influencias, na vida social, profissional, pessoal e inter-pessoal de cada membro do grupo cultural.
Este pensamento vem desde o iluminismo (liberdade, igualdade e fraternidade) onde a razão propiciava a libertação. O que ocorre é que com o passar dos tempos e o desenvolvimento das ciências exatas no modo de produção capitalista esta razão libertadora se tornou razão instrumental, de modo que quem a detém tem o poder e as condições de ter progresso material e consumista.
Esta relação de trocas de forma massificada, cria construções ideológicas que giram em função do ter para ser (pensamento da indústria cultural), recria o indivíduo transformando-o em objeto.
A dialética desta teoria é a de nos aprisionar na razão instrumentalizada, fazendo de nós seguidores de padrões e consumistas insaciáveis. As tendências conduzidas pela mídia, gerando uma eterna indústria de novos produtos refletem na sociedade uma inversão de valores e amarras sociais.
Com isso o capitalismo deixa de ser um modo de produção um modelo econômico e passa a influenciar na vida do indivíduo diretamente de todos os lados.

Publicidade - Perspectiva da Semiótica

Este olhar publicitário na perspectiva da Semiótica e bastante significativo, sobre tudo, pela produção de linguagem (signos) proferido pelas produtoras e agências de publicidade usando uma linguagem e gerando uma significação de consumismo.
Este processo não é tão simples assim, estes órgãos de mídia, antes de qualquer campanha publicitária, fazem um verdadeiro raio-x na questão (produto/cliente/necessidade) antes de construir a linguagem a ser utilizada, a fim de ter o maior êxito possível em sua campanha. Tecnicamente falando são gerados signos com significantes próprios de forma que possa conduzir o indivíduo a ter um entendimento, isto é, possa gerar um significado da mensagem de modo a atender seus interesses.

Publicidade - Perspectiva da Midiologia

Nesta teoria, o homem cria as ferramentas (técnicas) e por sua vez as ferramentas recriam o homem e a isso se dá o nome de tecnologia. Os estudiosos querem entender a lógica técnica da mídia antes que este processo já massificado vem a sair de seu controle.
De certa maneira os estudiosos como Mcluhan busca na teoria matemática as respostas para a dinâmica da comunicação midiologica. Devido à evolução técnica e tecnológica constante a comunicação humana os MCM funcionam como próteses técnicas que prolongam o corpo humano, estendendo os sentidos elementares e intensificando a percepção.
Esta influência dos MCM é tão poderosa em nosso meio que são capazes de criarem ambientes novos e alterar situações psíquicas e sociais. Isto posto, o meio se torna a mensagem amplificada.
Este avanço gera muitas vezes nas pessoas o consumo pela informação imediatista, propiciando resultado de verdadeira repulsa à argumentação discursiva, neste estagio a passividade e a oralidade impera no meio social.
Outro fator é a forma com que as pessoas lidam com a informação vista pela TV. Muitas vezes é mostrada uma realidade cruel e violenta e a tendência e a observação distanciada do telespectador. A TV ficcionaliza a realidade.

O Ensino Superior no Brasil

É consenso no Brasil que o ensino superior tem problemas. Eu diria como aluno de jornalismo que realmente são muitos os problemas da educação superior, no entanto o que se tem é pouca clareza sobre o que fazer para superá-los, principalmente no aspecto qualidade.
O que vemos na mídia são bombardeios publicitários com mensagens de qualidade de ensino, bons conteúdos e depois de formado o emprego está garantido... BINGO... Um conto de fadas, como nas novelas globais, onde pobre é gente que faz uma graduação boa com perspectivas de uma pós-graduação... ACORDA... E cai na real.
O que ocorre é uma espécie de multiplicação de faculdades privadas que estão preocupadas apenas em ganhar dinheiro com mensalidades mais populares e só. Eles deixam a “qualidade” de lado, porque para eles “qualidade” custa caro. Será que podemos chamar isso de "faculdade", ou o aluno de "universitário"? Acho que não. Isso não casa com minhas faculdades mentais.
Agora, isso leva a uma questão séria, passível de questionamento. Analisemos! E este profissional que está indo para o mercado de trabalho fruto desta política de compra de diploma. É no mínimo um grande trote contra a sociedade. Um médico que não sabe diagnosticar, um engenheiro que não sabe projetar, um advogado que não conhece de leis. A sociedade torna-se vítima dela mesma.
Eu me lembro quando meu tio me perguntava... Ernesto! O que você vai ser quando crescer? Eu respondia: Vou ser um Médico, tio! Eu dizia isso mais pensando no dinheiro que poderia ganhar, do que me perguntava se isso era mesmo minha vocação. É por ai, a sociedade e seus valores hipócritas, da pessoa valer o que tem e não o que realmente é pessoa humana.
Olha gente, são várias as propostas que buscam corrigir as mazelas da educação superior. Elas passam por colocar mais recursos públicos na educação superior, distribuí-los de maneira mais homogênea pelo território nacional, reforçar os mecanismos de controle para a criação de novas escolas superiores e universidades, dar mais incentivo à pesquisa e à pós-graduação, inibir a criação de escolas superiores privadas de intuito meramente comercial, e dar ênfase à formação técnica e especializada.
Isso tudo parece o conto da carochinha, ou conversa de político, pois todas estas propostas parecem utópicas. Além disto, a idéia implícita nestas propostas é que a educação superior brasileira deveria se submeter a políticas públicas mais serias, que integrasse de maneira harmoniosa o ensino, a pesquisa e a extensão, que cobrisse de forma homogênea em todo território nacional, que proporcionasse estabilidade e bons salários a professores e funcionários e fosse de acesso gratuito aos estudantes. Desta forma, a sociedade e o ensino superior poderiam andar de mãos dadas.

O que é o terrorismo?

Você vive bem? Talvez, mas é bom lembrar que a maioria esmagadora da população não vive! Isso pode não parecer terrorismo, mas é! Senão, vejamos, do ponto de vista político, as classes dominantes são mais privilegiadas se não bastasse o fato de se favorecerem com o poder. Com isso pulverizam uma cultura perversa de impunidade e improbidade ética por parte dos poderosos.
Há! Meu amigo (a), para os que não “têm”, viver na pele as desigualdades, no dia-a-dia é viver aterrorizado e atormentado, é como levar um tapa e não saber de onde! Um chute e não ver.
Por outro lado, é até engraçado, de tanto judiar os ricos não sabem, mas criam um monstro cada vez maior chamado “violência”, prisioneiros de seu luxo e pecúlio nobre, também não escapam do terror e do sentimento de serem aterrorizados, pobres escravos do luxo material, ter e não usufruir.
Agora, vamos refletir, caros amigos (as), buscar o equilíbrio, buscar Deus, ter ética, fugindo daquele jargão besta de que fulano é honesto, ora bolas honestidade não é qualidade é uma virtude que tem que ser nata.
Mais isso tudo basta, para buscar o equilíbrio? É preciso que a sociedade de classe (Marx) esqueça suas diferenças e busque sua semelhança (raça humana) e dê as mãos, com Deus, com ética e honestidade, construindo um mundo igualitário e que a palavra “terrorismo” muitas vezes causa de imposições inquisitórias com o objetivo de propagar, disseminar, impor uma cultura, um modelo, uma ideologia, resumindo, mutilar um ou outro lado da moeda.
Espero que não seja um devaneio, em esperar tanta generosidade do homem. Homem, enquanto “ser” social, que vive em uma sociedade cheia de conflitos em que o mais forte nem sempre é o mais sensato, onde a maioria das vezes é o mais rico. E o pobre, tadinho o que sobra, na minha opinião, a este não falta generosidade. Talvez seja isso “generosidade” o que realmente falta.

Brecht e sua Teoria do Rádio (1927-1932) O papel social da radiodifusão

Entre as décadas de 20 e 30, período em que o rádio nascia como uma nova tecnologia da comunicação, o dramaturgo alemão Bertold Brecht, preocupado com o uso e o desenvolvimento do rádio elaborou ensaios e sugestões para o veículo, que foram reunidos sob o título “Teoria do Rádio”.
Brecht foi um dos primeiros pensadores a perceber o papel estratégico que o rádio tem e de certa forma foi um dos precursores na constatação das imensas potencialidades de comunicação do rádio, no sentido de clamar pelo uso do veículo de forma a proporcionar a democratização da comunicação.
O dramaturgo, poeta e teórico alemão Bertold Brecht, através de análises, sugestões e alertas demonstrou claramente sua grande inquietação sobre como desenvolver e como trabalhar com o então novo veículo em termos de forma e conteúdo, buscando estabelecer sua função social.
Com isso, apontou suas preocupações e sugestões, sempre focado na idéia de que se deveria transformar o rádio realmente em meio de comunicação e não meramente de transmissão. E que muito mais do que conquistar ouvintes, a radiofonia tivesse efetivamente o que falar para o público.
Suas analises e apontamentos, reunidos em “Teoria do Rádio”, permanecem cada vez mais atuais e sempre estão a provocar debates. Brecht foi um dos pensadores a identificar a real missão da comunicação radiofônica na sua utilização enquanto função social.
Não me privo de pensar que se Brecht estivesse hoje analisando o rádio, com certeza adotaria o entendimento de que é no interesse público, no interesse da sociedade através da satisfação de seu direito de ser informada com democracia, pluralidade e ética, que deve estar pautada a comunicação. E mais, o que ele questionava era com que forma e conteúdo os responsáveis por fazer rádio iriam se comunicar com seus ouvintes. Para ele era preciso ir além do simplesmente retransmitir um fato ou veicular uma notícia radiofônica que esteja limitada a um sintético e duro relato de acontecimento.
O alerta é claro, se ficarmos restritos a este tipo de comunicação, o rádio não dará conta do seu papel social. Fica um alerta ao estudante de jornalismo: não basta informar no sentido mais restrito desta palavra. Cabe ao jornalista ouvir as partes do fato e trazer a “luz” dos acontecimentos de forma clara, onde o povo possa fazer o seu juízo democraticamente, onde prevaleça o ser cidadão e a pluralidade da comunicação.
Esta “Teoria do Rádio”, de Brecht, remonta o atual paradigma em que vive o “veículo rádio” que, hoje, adquire cada vez mais recursos e potenciais tecnológicos, mesmo não sabendo muito bem o que fazer com esta instrumentalização. O certo é que o rádio ainda tem muito a construir em termos de linguagem e conteúdo, muito a crescer quanto ao efetivo uso de suas características e recursos; e principalmente, muito caminho ainda a trilhar no sentido de realmente cumprir sua função social.
Sabendo que o rádio tem, ainda hoje, a possibilidade, de explorar e adaptar seus recursos técnicos, de linguagem e de conteúdo aos novos tempos da humanidade, é que deve continuar a ser defendido um ideal de rádio que traga a democratização, pluralidade, ética, fazendo brotar nele um espaço público real através das ondas sonoras. Até por que o rádio continua a ter potencial para ser o veículo mais popular e de maior alcance de público.

A Importância dos Meios de Comunicação de Massa

Na sociedade moderna o processo de comunicação social vive um momento de expansão técnica e inovações tecnológicas, o que para os estudantes de comunicação social é fundamental. Porque, sem dúvida o indivíduo em quanto comunicador fica mais instrumentalizado para informar com mais qualidade técnica os muitos receptores de uma sociedade.
Agora, pensar a comunicação social embasado somente em técnica e não se preocupar com a linguagem utilizada, a fim de informar, ou melhor modificar o estado de conhecimento do receptor, em busca de uma reflexão, o comunicador social não estará cumprindo seu papel satisfatoriamente.
Os meios de comunicação de massa possuem uma característica formidável de comunicarem com milhões de pessoas simultaneamente. Logo, quanto mais poder mais responsabilidade. Deve-se pensar a comunicação de uma forma consciente, para não cometer o erro de criar um enquadramento de realidade, uma percepção de mundo ilusória.
Os veículos de comunicação em geral tendem a desempenhar um papel quase que predatório, impondo conceitos culturais e sociais, doutrinando a sociedade com padrões, onde se prestigia “o ter para ser” e “não ser para ter”, o que deixa claro que o sistema é falho e contraditório, é preciso mudar esta percepção de comunicação, dando um enfoque mais de caráter filosófico/cultural.
É bem verdade que neste sistema capitalista em que vivemos, de certa maneira escraviza os veículos de comunicação, cobrando deles resultados comerciais e financeiros, tornando-os verdadeiros caça níqueis em busca do lucro a qualquer preço. Muitas vezes esta prática se torna mais caro do que se imagina, pois sua programação se torna saturada de comerciais e de pouca qualidade informativa.
Aprimorar o processo de emissão e recepção da informação, buscando sair das contradições de identidade, gerando ideologias de consumo e de passividade diante dos fatos é fundamental pois, assim se evita de veicular informações embasadas em uma falsa ideologia. É necessário que coloquemos em prática nossas técnicas geradoras de tecnologias em uma direção educativa, informativa e ética, buscando ter sempre mais conteúdo qualitativo do que quantitativo. Para de forma saudável discutir este rico universo de comunicação social em prol da sociedade.

A Comunicação e seus códigos de comportamento

Analisar a comunicação e sua amplitude é fascinante. O indivíduo, tanto no papel de emissor como receptor, está permanentemente comungando as regras da comunicação gramatical (verbal).
É sabido dá atuação de estudiosos em comunicação, que afirmam que comunicar é um processo social vital permanente, que integra múltiplos modos de comportamento: a palavra, o gesto, o olhar, a mímica, o espaço individual, etc. Suas idéias defendem a comunicação como um todo de forma integrada, isso é o que chamam de “a nova comunicação”.
Os padrões comportamentais adotados pelos indivíduos, atuam como instrumentos selecionadores e organizadores de sua vida pessoal e interpessoal.
Neste contexto, entende-se que todos os indivíduos vivem necessariamente “embora inconscientes” por códigos, uma vez que qualquer comportamento implica em sua utilização.
A comunicação pode ser também disfuncional, neste caso, é originada de patologias como a esquizofrenia em alguns indivíduos, isso gera um paradoxo entre a visão funcionalista e disfuncionalista da comunicação, deste modo é possível identificar seus vícios e deformidades.
Com a necessidade humana de se comunicar, o indivíduo autônomo e racional participa do sistema comportamental codificado da comunicação de forma natural, com isso ele incorpora e ilustra sua comunicação verbal e não verbal ao contexto social em que vive.
Veja, trabalhar com subjetividade dos indivíduos e as suas múltiplas formas de comunicação e interação com outros indivíduos em sociedade dá a esse tema comunicação uma amplitude maravilhosa o que torna providencial o estudo desta teoria.

O que é a felicidade?

Certo dia estava num daqueles raros momentos de reflexão que hoje em dia o homem pós-moderno ocidental não pratica mais como antigamente. Observava crianças brincando na pracinha perto de minha casa. Rizos, olhares, brincadeiras, compartilhados entre elas com harmonia, como que se pudessem se comunicar telepaticamente.
Neste universo infantil, desprovido de segundas, terceiras e quartas intenções, notamos o quanto é belo e grandioso um mundo sem a maldade e a insensatez dos homens.
Porém, quando chegamos à fase adulta, é como se tomássemos uma pílula que fizesse esquecer de tudo que já haviamos aprendido. Não quero aqui tentar explicar o processo cultural e ideológico que nos impregna desde nossa formação. Quero sim, é entender porque poucos homens têm tanto e muitos têm pouco, uma realidade antagônica à época cotidiana quando vivíamos como crianças, onde prevalecia a essência da igualdade.
Veja! O homem hoje, foi um dia a criança de outrora. Homens e mulheres com suas vaidades e egos materializados num conceito de “ter” para “ser”, dentro de uma verdadeira corrida em busca da “felicidade”, onde vale tudo.
De que felicidade estamos falando? Uma felicidade baseada em “possuir”, “dominar”, tendo como prêmio a aquisição de bens materiais. Gerando entre os homens uma batalha de egos e vaidades no para-peito do ócio de suas vidas vazias. É muito pouco para isso ser chamado de felicidade, não é mesmo?
É preciso que reflitamos mais, para que assim possamos perceber a forte influência da indústria cultural em nossas vidas. Esta que muda valores, altera conceitos, quebra padrões até tirar nosso chão. Depois, já nocauteados, nos acolhe, para voltar a nos embriagar, tirar nossa lucidez diante de seu objetivo maior de escravisar.
Apesar de tudo e de todos ainda temos a capacidade de amar, de nos emocionar, de sermos otimistas mesmo diante das mazelas. Graças a isso podemos pensar um dia conseguirmos vencer o egoísmo, este que é sem duvida um dos gêneros humanos de maior potencial de gerar desigualdade entre os homens. Para os mais céticos diante dessa cruel realidade, fica a frase do mestre Machado de Assis “Sei, como dois e dois são quatro, que a vida vale a pena”. Podem acreditar!

O Estado, a participação política e o Jornalismo

A função do Estado em uma sociedade de massa é dar ordenamento e estruturar as leis amparadas por instituições de gerenciamento que o compõem. Trocando em miúdos o Estado funciona como uma espécie de espinha dorsal da sociedade.
Notamos que, ao longo dos anos, este mesmo Estado vem sofrendo lesões estruturais, provocando o que chamamos conflitos e contradições de papéis estatais, refletidos na sociedade. O Estado deteriorado não assegura mais a igualdade entre os homens, surgindo então a “politicagem” dos partidos políticos, compostos em sua grande maioria por burgueses neoliberais, egocêntricos que saem de seus Castelos particulares e tomam posse da esfera pública gerindo a vida da sociedade conflituosa, instrumentalizados pela máquina estatal, e ao mesmo tempo, instrumentalizando a sociedade a seu favor.
Estes políticos idiotas (que não enxergam a vida da coletividade e sim seus próprios interesses privados e pessoais) por meio de organizações sócio-político-burocráticas de representação nacional, usam a força de trabalho dos proletários para implementar ideais liberais. A contradição e os conflitos já não podem mais ser facilmente abafados, pois as fraturas estatais estão expostas e todo o circo montado pelos políticos é desmascarado. Grandes desigualdades assolam a sociedade de baixa renda, que se mobiliza em movimentos sociais.
Os proletários, através de sindicatos, vão se fazendo aparecer de uma forma mais contundente e organizada, emergindo líderes sociais dotados de grande carisma que permanecem longos anos no poder de suas organizações, internalizando um pensamento burguês, desmascarando a lógica capitalista sedimentada pelas elites, por meio da mídia.
O desejo humano pelo conforto material, se torna de certa maneira uma das válvulas de escape da legitimação da idéia de contrato social como forma de garantia de propriedade e poder. Isso faz com que os líderes sindicais sejam seduzidos por este conforto material, fazendo-os capazes de qualquer ato para permanecer no poder.
A manutenção deste poder pelos políticos se dá de pai para filho, reproduzindo historicamente como faziam os reis, os caciques e os mafiosos. A força da mídia representada tanto pelos jornais como também pelo rádio e a TV alimenta a cobiça destes políticos. Começam então as articulações políticas com o objetivo de possuir tais veículos de comunicação de massa. Não demora muito e logo criam leis que lhes permitam explorar estes veículos com as chamadas concessões federais, dando plenos poderes a eles de veicularem os assuntos e notícias que lhes amparassem ideologicamente tornando-os, além de burgueses ricos, também poderosos donos universais do poder de coerção e hegemonia ideológica manipuladora das massas.
Combater esta cultura de dominação praticada pelas elites no seio da sociedade é papel dos jornalistas. Como? Dar uma notícia amparada em fatos reais, agindo não de forma isolada mas de forma organizada e contundente, como um verdadeiro agente social denunciando e mostrando os desmandos e os abusos provocados pela classe política como um todo.
O gatekeeper que seleciona o que é ou não notícia é livre em seu poder autônomo de selecioná-la, porém muitas das vezes esta seleção é barrada por um editor chefe que transforma uma verdade em meia verdade atendendo muitas vezes a interesses político-econômicos. É preciso que a classe jornalística se ampare na ética profissional de sua categoria e se fortaleça diante das grandes mazelas e contradições sociais que vitimam a sociedade. Noticiar instrumentalizado em técnicas e métodos para construir a notícia usando em seu favor a liberdade, a independência, a autonomia, a credibilidade, a verdade, o rigor, a exatidão, a honestidade, a noção de eqüidistância, de forma objetiva e imparcial, a fim de prestar o melhor serviço à sociedade é, na minha concepção, o papel do jornalismo e do jornalista no mundo.
A violência em que vivemos hoje é fruto desta concepção ideológica praticada por velhos políticos que fizeram e fazem política em benéfico próprio. O alargamento da disparidade econômica da sociedade brasileira, composta por classes dominantes (organizadas) e dominadas (desfragmentada) gera ricos com seus carrões, mansões e roupas de grife e pobres morando em áreas de risco, favelas, sem ter o que comer, humilhados em sua dignidade, não tendendo a ter outro fim, senão este, melancólico, mas em meu ponto de vista, ainda reversível.

Os ricos ao construírem a desigualdade se esqueceram que em uma sociedade não se vive só, ao contrário, pessoas mesmo com opiniões, ideologias e classes sociais diferentes, vivem juntas e dependem uma das outras para gerar as riquezas de que o país precisa.
Como disse Cristóvão Buarque em artigo do Jornal O Globo “não adianta a pessoa ser rica e viver aprisionada em seus castelos, ostentar bons carros e não poder usar, boas roupas e não poder usufruir, sabendo que pode ser roubado, seqüestrado e muitas vezes morto”.
São motivos banais! Não é? Mais é isso que determina o grau de desigualdade em um país, com um povo lindo e ao mesmo tempo diferente em tudo, até mesmo em grau de cidadania, se é que isso tem grau.
A corrente política e a elite que vigoram em nosso país, hoje são vítimas do monstro da desigualdade que criaram. A sociedade civil e política têm que se organizar a fim de corrigir o quanto antes esta dívida histórica para não ficar caro demais a ponto de custar suas vidas.
Sabemos que isso não irá acontecer da noite para o dia. Mas sou otimista, como jornalista detentor de técnicas e mecanismos éticos, conseguiremos modificar esta realidade.

Como se dá a política, de Platão ao Claus Offe

Politica vem do termo politikos que significa descolamento. Os líderes na Grécia antiga se embasavam em divindades mitológicas para exercer seu poder, daí com o advento do termos politikos esta manifestação se torna mais racional e humanizada.
Quando, na sociedade existe uma dimensão pública ampliada e intereces rompidos aparece o conflito social embasado nas contradições sociais, daí surge a política com sua função gestora, administradora, que de uma certa forma dá um direcionamento à sociedade.
Num primeiro momento a política surge como um pacto, um contrato, um acordo, onde os indivíduos com seus bens privados se unem para fazer política em prol do bem público. Estabelecendo as possibilidades e os limites da esfera público/privada.
Em uma sociedade de massa o Estado é a espinha dorsal que dá o ordenamento e a estruturação na forma de lei. Estas leis são amparadas por instituições estatais que gerenciam e fiscalizam cada uma em sua área de atuação a sociedade.
Apesar da Ciência Política ter se estruturado nos 30 e 40, notamos que é causa de muitos acontecimentos históricos na humanidade. Grandes filósofos idealistas como Platão, Aristóteles, Maquiavel já discutiam a função do Estado.
Platão pensa o Estado República em nível conceitual, onde para se chegar a plenitude tem que se buscar a educação e todas as suas dimensões éticas. Com uma visão totalitária Platão entende que o Estado gere e normatiza, cabendo a sociedade cumprir.
Aristóteles busca através do marco jurídico político uma constituição em forma de leis regulamentadoras da vida social. Atraves dos estudos das leis Aristóteles conseguia distinguir a política que era a aristocracia atuando com ética para “todos”, demonstrando um virtuosismo e a não política a oligarquia com um projeto ditatorial, demonstrando um vício pois governavam para eles próprios. Tanto para Aristóteles como para Platão se condenava o pensamento de Estado democrático.
Já Maquiavel não pensa a política em comunidade (interesses iguais) mas em uma sociedade (interesses diferentes), fazendo com que a política se justifique por conseguir gerir e dar coesão na sociedade. A razão viril determina o sucesso diminuindo a possibilidade do caus, materializando os projetos políticos.
Os contratualistas viam a política como um pacto, numa perspectiva aristocrática dona do poder, e não mais este poder advindo da divindade do Rei. O pacto veio para proteger os direitos naturais dos homens: direito a vida, a liberdade/paz, a propriedade/cooperação.
A ciência política dever ser vista em sua totalidade e não tentar mensurar quantitativamente, estatisticamente para deliberar soluções. Usar métodos superficiais para traduzirem as dimensões estruturais da política é controverso. Neste caso o Estado não mais é fruto de um contrato e sim de um processo complexo pelo qual a sociedade lança mão de suas estruturas e formas de organização social para serem regulados pelo Estado. Isto cria uma situação contraditória do Estado pois de um lado é um regulador social e de outro uma espécie de poder pelo poder em favor das classes mais abastadas. Entender a dialética do Estado é o que propõe Marx, mais ainda, revelar as contradições das relações sociais dos indivíduos.
Gramsci, ressalta a hegemonia ideológica e política do Estado hagindo como algos do povo cultuando a lógica do capital e do temos as leis vigentes. Passa e existir o Estado ampliado deixando de ser só um controlador e repressor mais também dono de uma hegemonia de valores ideológicos e políticos aceito pelos dominados. “O Estado é uma aparato de coerção revestido de hegemonia”. A sociedade civil seja do mundo do trabalho ou do mundo do capital se degladiam constantemente, que define as vitórias de cada organização é sua força de pressão sobre o Estado.
Claus Offe fala da transição do capitalismo concorrencial para o monopolista. O Estado assume várias funções técnicas (tecnocracia) em função do crescimento estatal. Não mais para proteger este ou aquele burguês e sim em prol de si mesmo hagindo como reprodutor econômico institucionalizado.