sábado, 16 de fevereiro de 2008

Como se dá a política, de Platão ao Claus Offe

Politica vem do termo politikos que significa descolamento. Os líderes na Grécia antiga se embasavam em divindades mitológicas para exercer seu poder, daí com o advento do termos politikos esta manifestação se torna mais racional e humanizada.
Quando, na sociedade existe uma dimensão pública ampliada e intereces rompidos aparece o conflito social embasado nas contradições sociais, daí surge a política com sua função gestora, administradora, que de uma certa forma dá um direcionamento à sociedade.
Num primeiro momento a política surge como um pacto, um contrato, um acordo, onde os indivíduos com seus bens privados se unem para fazer política em prol do bem público. Estabelecendo as possibilidades e os limites da esfera público/privada.
Em uma sociedade de massa o Estado é a espinha dorsal que dá o ordenamento e a estruturação na forma de lei. Estas leis são amparadas por instituições estatais que gerenciam e fiscalizam cada uma em sua área de atuação a sociedade.
Apesar da Ciência Política ter se estruturado nos 30 e 40, notamos que é causa de muitos acontecimentos históricos na humanidade. Grandes filósofos idealistas como Platão, Aristóteles, Maquiavel já discutiam a função do Estado.
Platão pensa o Estado República em nível conceitual, onde para se chegar a plenitude tem que se buscar a educação e todas as suas dimensões éticas. Com uma visão totalitária Platão entende que o Estado gere e normatiza, cabendo a sociedade cumprir.
Aristóteles busca através do marco jurídico político uma constituição em forma de leis regulamentadoras da vida social. Atraves dos estudos das leis Aristóteles conseguia distinguir a política que era a aristocracia atuando com ética para “todos”, demonstrando um virtuosismo e a não política a oligarquia com um projeto ditatorial, demonstrando um vício pois governavam para eles próprios. Tanto para Aristóteles como para Platão se condenava o pensamento de Estado democrático.
Já Maquiavel não pensa a política em comunidade (interesses iguais) mas em uma sociedade (interesses diferentes), fazendo com que a política se justifique por conseguir gerir e dar coesão na sociedade. A razão viril determina o sucesso diminuindo a possibilidade do caus, materializando os projetos políticos.
Os contratualistas viam a política como um pacto, numa perspectiva aristocrática dona do poder, e não mais este poder advindo da divindade do Rei. O pacto veio para proteger os direitos naturais dos homens: direito a vida, a liberdade/paz, a propriedade/cooperação.
A ciência política dever ser vista em sua totalidade e não tentar mensurar quantitativamente, estatisticamente para deliberar soluções. Usar métodos superficiais para traduzirem as dimensões estruturais da política é controverso. Neste caso o Estado não mais é fruto de um contrato e sim de um processo complexo pelo qual a sociedade lança mão de suas estruturas e formas de organização social para serem regulados pelo Estado. Isto cria uma situação contraditória do Estado pois de um lado é um regulador social e de outro uma espécie de poder pelo poder em favor das classes mais abastadas. Entender a dialética do Estado é o que propõe Marx, mais ainda, revelar as contradições das relações sociais dos indivíduos.
Gramsci, ressalta a hegemonia ideológica e política do Estado hagindo como algos do povo cultuando a lógica do capital e do temos as leis vigentes. Passa e existir o Estado ampliado deixando de ser só um controlador e repressor mais também dono de uma hegemonia de valores ideológicos e políticos aceito pelos dominados. “O Estado é uma aparato de coerção revestido de hegemonia”. A sociedade civil seja do mundo do trabalho ou do mundo do capital se degladiam constantemente, que define as vitórias de cada organização é sua força de pressão sobre o Estado.
Claus Offe fala da transição do capitalismo concorrencial para o monopolista. O Estado assume várias funções técnicas (tecnocracia) em função do crescimento estatal. Não mais para proteger este ou aquele burguês e sim em prol de si mesmo hagindo como reprodutor econômico institucionalizado.

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