RESUMO
O artigo aborda a questão da cidadania e do desenvolvimento sustentável, tendo como objeto de estudo o programa Conexão Ambiental, levado ao ar pela Rádio Brasil Central AM 1270 e FM 90,1 de Goiânia (GO). O objetivo geral consiste em investigar como o rádio pode contribuir no processo de formação e conscientização da população a respeito de temas relacionados à cidadania e ao desenvolvimento sustentável. O problema da pesquisa levou em consideração o fato de que o rádio é um veículo facilitador e mediador do diálogo com a sociedade. O questionamento diz respeito a como o rádio pode ser considerado um espaço de discussão de temas de relevante interesse para a sociedade, além de mostrar qual a efetiva contribuição do programa Conexão Ambiental para a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável. A metodologia consiste em Pesquisa Bibliográfica e Estudo de Caso. A relevância do tema se justifica pelo fato de que o programa Conexão Ambiental tem o compromisso de resgatar a função social do rádio especialmente na cidade de Goiânia. A análise dos resultados aponta no sentido de que a função social do rádio se materializa a partir da capacidade que este veículo tem de promover o debate sobre problemas gerais e, de forma específica, ser um agente multiplicador na conscientização da população sobre a importância de se adotar atitudes proativas que promovam a cidadania e o desenvolvimento sustentável em suas comunidades.
Palavras-chave: função social do rádio; sustentabilidade; cidadania; Conexão Ambiental.
ABSTRACT
The article addresses the issue of citizenship and sustainable development, with the object of study being the Conexão Ambiental program, aired by Radio Brasil Central AM 1270 and FM 90,1 of Goiânia (GO). The general objective is to investigate how radio can contribute to the formation and awareness of the population on issues related to citizenship and sustainable development. The research problem has taken into account the fact that radio is a vehicle that facilitates and mediates dialogue with society. The questioning concerns how radio can be considered a space for discussion of topics of relevant interest to society, as well as showing the effective contribution of the Conexão Ambiental program for the promotion of citizenship and sustainable development. The methodology consists of Bibliographic Research and Case Study. The relevance of the theme is justified by the fact that the Conexão Ambiental program is committed to rescuing the social function of radio especially in the city of Goiânia. The analysis of the results points to the fact that the social function of the radio materializes from the capacity of this vehicle to promote the debate on general problems, and in a specific way, to be a multiplier agent about the population's awareness of the importance of to adopt proactive attitudes that promote citizenship and sustainable development in their communities.
Keywords: Radio social function. Sustainability. Citizenship. Conexão Ambiental.
1 INTRODUÇÃO
A radiodifusão sonora no Brasil surgiu em meados de 1922 e, de acordo com a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), atualmente o rádio ainda se mantém como um forte veículo de comunicação de massa, sendo o segundo meio de comunicação de maior alcance no país, perdendo apenas para a televisão.
Ao longo dos anos, o rádio tem procurado cumprir a função social de ser um veículo de promoção e fomento de atividades educativas, culturais, artísticas e informativas, atendendo às necessidades da sociedade e valorizando a cidadania.
Cumprir essa função, no entanto, tem sido um desafio diante das tecnologias presentes no cotidiano das pessoas. Assim, diante desse desafio, percebe-se que a função social do rádio tem sido prejudicada, pois os conteúdos jornalísticos nem sempre contemplam temas relacionados à educação, saúde ou meio ambiente.
Neste cenário, o programa Conexão Ambiental, uma iniciativa que faz parte da programação da Rádio Brasil Central AM 1270 desde 2014, surge como um espaço para discussão com a sociedade, sendo um facilitador e mediador do diálogo, centrado nas premissas de um modelo de sociedade responsável e comprometida com os princípios da cidadania e do desenvolvimento sustentável.
É na perspectiva de se consolidar como um espaço de comunicação de massa, levantando questões relevantes da atualidade, que o Conexão Ambiental tem se mantido no ar. Portanto, tendo em vista que o Conexão Ambiental é o objeto de estudo da presente pesquisa, a formulação do problema recai sobre dois questionamentos, o rádio ainda pode ser considerado um espaço de discussão de temas de relevante interesse para a sociedade? Na opinião dos ouvintes, qual a efetiva contribuição do programa Conexão Ambiental para a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável?
O objetivo geral do artigo consiste em investigar como o rádio pode contribuir no processo de formação e conscientização da população a respeito de temas relacionados à cidadania e desenvolvimento sustentável, tendo como parâmetro o caso específico do programa Conexão Ambiental.
Como objetivos específicos, procurar-se-á: apresentar uma síntese sobre a história do rádio no Brasil; contextualizar a função social do rádio como veículo de comunicação de massa e formador de opinião; e estabelecer uma relação entre a função social do rádio e os temas relacionados à cidadania e desenvolvimento sustentável.
A título de justificativa e relevância do tema, é oportuno ressaltar que a sociedade global vive um momento histórico em que é urgente estabelecer discussões sobre os rumos da vida no planeta nas próximas décadas, diante da relevância que ganharam temas como educação ambiental, desenvolvimento sustentável e cidadania.
Neste cenário, os meios de comunicação de massa assumem importante papel por suas características próprias, quais sejam, ser um veículo de promoção e fomento de iniciativas que possam envolver a sociedade nas discussões de temas relevantes e que têm sido deixados em segundo plano, como no caso da educação ambiental, que tem sido vítima de distorções de fatos, de negligência ética e falta de compromisso e responsabilidade das médias com os interesses da sociedade.
É diante dessa realidade, portanto, que ganha relevância a iniciativa do projeto Conexão Ambiental, tanto pelo compromisso de resgatar a função social do rádio quanto pelo esforço de utilizar as “ondas do rádio” para a promoção da educação ambiental.
Portanto, a maior contribuição que o tema dessa pesquisa pode oferecer reside no fato de que uma informação não educa se não vier acompanhada de um contexto mobilizador e dialógico. E é com esse propósito que o projeto Conexão Ambiental está comprometido, ou seja, explorar a vertente ambiental no jornalismo de forma clara e ética em parceria com a comunidade e os movimentos sociais organizados.
Desta forma, por meio da radiodifusão pretende-se despertar aspectos do religare do ser humano com a vida, por meio, de uma linguagem democrática, plural, dando voz a pesquisadores, doutores, movimentos sociais entre outros, discutindo e debatendo temas sensíveis aos anseios da humanidade de forma agradável, divertida, clara, educativa e generosa.
A metodologia adotada consiste na realização de Pesquisa Bibliográfica e Estudo de Caso, tendo o programa Conexão Ambiental como objeto de estudo, e cujos resultados associados aos objetivos geral e específicos foram suficientes para oferecer resposta aos questionamentos levantados.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Síntese sobre a história do rádio no Brasil
A invenção do rádio representou um marco na disseminação da informação, revolucionando a comunicação a distância. Historicamente, tal feito foi atribuído ao inventor italiano Guglielmo Marconi, que em 25 de setembro de 1896 patenteou o registro de sua criação. No entanto, o título de “pai do rádio” foi motivo de contestações. Alguns historiadores creditam tal invento ao austríaco Nikola Tesla; já outros atribuem a invenção do rádio ao cientista e padre brasileiro Roberto Landell de Moura (DAHER, 2012).
Independente da paternidade do rádio, o certo é que o invento foi se aprimorando e se popularizando até alcançar o status de mais importante veículo de comunicação de massa em todo o mundo, passando a perder espaço só em meados de 1960, com o surgimento da televisão. E, mesmo assim, o rádio ainda continua se modernizando no sentido de passar a transmitir em sistema digital (ALEXANDRE, 2012).
No Brasil, relatos históricos atribuem ao Padre Landell de Moura as primeiras transmissões da telegrafia sem fio entre os anos 1893 e 1894. No entanto, de acordo com a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), oficialmente o rádio nasceu no Brasil no dia 7 de setembro de 1922, ao ensejo das comemorações do centenário da independência do país, com a transmissão a distância do discurso do Presidente Epitácio Pessoa na inauguração da radiotelefonia brasileira (ABERT, s/d).
A primeira emissora de rádio do Brasil foi a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, criada por Roquette Pinto e Henrique Morize, fazendo sua primeira transmissão exatamente no dia 1º de maio de 1923, Dia do Trabalhador, adotando como o slogan bastante sugestivo: “trabalhar pela cultura dos que vivem em nossa terra e pelo progresso do Brasil” (FERREIRA, 2013).
Ainda de acordo com relatos de Ferreira (2013), Minas Gerais teve sua primeira emissora de rádio em funcionamento em janeiro de 1926, a Rádio Sociedade de Juiz de Fora, seguida da Rádio Mineira, criada em 1927 e sediada em Belo Horizonte.
Na sequência merece destaque a Rádio Guarani, instituída em 10 de agosto de 1936 e que foi reconhecida como uma estação de serviços por mais de 20 anos, tendo como slogan “a voz do povo” (PRATA, 2003).
Ainda em 1936 foi criada a Rádio Inconfidência, uma emissora tradicional de Minas Gerais. Em 1951 surgiu a Rádio Itatiaia, que além da programação comum às demais emissoras, investiu também na cobertura esportiva e no jornalismo (FERREIRA, 2013).
Em 12 de setembro de 1936, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro iniciou suas transmissões, em solenidade que contou com a presença de renomados representantes da sociedade carioca, entre políticos, cantores, artistas, embaixadores e claro, jornalistas e radialistas.
Na área jornalística, a Rádio Nacional do Rio de Janeiro foi uma referência ao levar ao ar pela primeira vez em 1941, o repórter Esso, tendo à frente o repórter Heron Domingues que eternizou a célebre vinheta: “amigo ouvinte, aqui fala o Repórter Esso, testemunha ocular da história” (AGUIAR, 2007).
O programa ficou no ar por quase trinta anos e conforme relatos de Aguiar (2007, p. 116), “em 1962 o mesmo transferiu-se para a televisão, mas ainda mantinha transmissões radiofônicas. No último dia de dezembro de 1968, o Repórter Esso optou definitivamente pelo meio televisivo”.
Mesmo com a televisão e a internet, o rádio ainda se mantém como um importante veículo de comunicação de massa não só no Brasil, mas em toda a América Latina. Esse fato é confirmado pelas características peculiares a este veículo de comunicação: a imediatez, a horizontalidade, a aliança urbano-rural, o local, e o lugar de encontro, conforme relatam Kommers e Formentini (2013, p. 4) citando Barbosa e Sierra (1999, p. 15):
O rádio na América Latina tem exercido um importante papel comunicacional por apresentar nas últimas décadas uma possibilidade de participação às comunidades. As características deste veículo podem ser resumidas à imediatez: em matéria informativa, a força do rádio é sua rápida capacidade de interagir com o público; horizontalidade: na América Latina o rádio é o meio de comunicação massivo que mais tem quebrado a verticalidade das mensagens; aliança urbano-rural: por várias comunidades o rádio continua sendo o único meio massivo de longo alcance; local: um noticiário de rádio tem mais legitimidade e audiência quando é capaz de converter-se em um canal fluído de comunicação entre as distintas experiências da comunidade, cidade ou região determinada; lugar de encontro: a partir das experiências de participação das comunidades, iniciam-se outras dinâmicas de participação dentro das programações.
Por isso e muito mais, o rádio é e ainda será sem dúvida um dos veículos de comunicação com grande poder de disseminar informações, e essa característica se dá, conforme relata Makovics (2003, p. 12), pelo fato de que “o rádio é um meio de comunicação que tem capacidade de atingir um grande público anônimo e heterogêneo. Está ao alcance da maioria da população e atinge regiões mais afastadas dos centros urbanos”.
A modernidade com todas as suas tecnologias de comunicação viabilizadas pela internet, tem imprimido mudanças significativas para o rádio tradicional, criando incontáveis possibilidades para o rádio na internet.
Conforme afirma Carvalho (1998, p. 23), “o ouvinte on-line possui acesso a toda a programação da rádio em tempo real através de um link; o rádio exige apenas um dos sentidos humanos, a audição, o que permite sua presença ao lado do homem em qualquer circunstância”.
2.2 A função social do rádio
Mesmo com o surgimento da televisão, o rádio exerceu uma função social de destaque no dia a dia das pessoas, pois o rádio tinha a capacidade de agregar pessoas. Ao contrário do que aconteceu no início de sua invenção nos anos 20, quando o rádio isolava as pessoas, já que os aparelhos eram individuais.
Já na década de 30 foram criados diversos pontos coletivos nas praças, escolas e teatros para que as pessoas pudessem desfrutar das novidades que eram transmitidas pelo rádio. Neste momento os rádios já foram fabricados com dispositivos de caixas de som que permitiam reunir a família, amigos e vizinhos em torno de um mesmo receptor (LOPES, 1970).
Na opinião de Jorge (2012, p. 11), com a invenção do rádio, esse veículo “foi capaz de transpor tanto os limites geográficos, quanto os mais restritos socialmente e ampliou a capacidade de percepção, acesso à informação, entretenimento e à cultura a milhões de pessoas”.
Essa capacidade que o rádio tem de agregar pessoas é relatada por César (2005, p. 117) ao relacionar as características funcionais do rádio. Entre estas características, o autor cita a capacidade que o rádio tem de
(...) orientar o comportamento social, estabelecendo padrões e oferecendo modelos para identificação; auxiliar nos contatos pessoais, proporcionando temas para as conversas por meio da experiência compartilhada; capacitar o indivíduo a exercitar o ato de escolha, tomar decisões e agir como cidadãos, em especial numa democracia, graças à disseminação de notícias e informações imparciais.
Para a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a função social do rádio não se restringe a um posicionamento estático ou limitado, mas antes está relacionada a diversos aspectos que estão em constante evolução na sociedade, entre eles, a garantia da liberdade de expressão da sociedade; a promoção e o fomento de atividades educativas, culturais, artísticas e informativas; capacidade que o rádio tem de responder com rapidez às demandas da sociedade, mobilizando a população e valorizando a cidadania; o comprometimento voluntário para divulgar campanhas de políticas sociais, de saúde pública, de educação ambiental e segurança no trânsito, entre outras funções sociais(ABERT, 2006).
Historicamente, o rádio sempre esteve associado à sua função educativa, tanto que um acontecimento histórico que evidencia a função social do rádio no campo da Educação no Brasil foi o fato de que o rádio em meados de 1930 tornou-se um meio preocupado em levar educação e cultura à população.
Conforme relatam Meneguel e Oliveira (1998), muitas foram as emissoras que seguiram essa vocação mesmo com o surgimento das rádios comerciais. Exatamente em 1936, acreditando na promessa de que os ideais de educação e cultural seriam preservados, Roquette Pinto doou a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro ao Ministério da Educação e Cultura, que tinha Gustavo Capanema como titular da pasta.
2.3 O rádio como espaço de promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável: a contribuição do programa Conexão Ambiental
Cidadania e desenvolvimento sustentável são conceitos que interagem e que se complementam com o conceito de meio ambiente, o qual, conforme Silva (2004, p. 20), deve ser entendido de forma “abrangente de toda a natureza, o artificial e original, bem como os bens culturais correlatos, compreendendo, portanto, o solo, a água, o ar, a flora, as belezas naturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico, paisagístico e arquitetônico”.
Nesse conceito de meio ambiente, é possível extrair os princípios de vida sustentável que, no entendimento de Oliveira e Guimarães (2004), tais princípios consistem em respeitar e cuidar da biosfera, melhorar a qualidade de vida dos indivíduos, preservar a diversidade do planeta, preservar os recursos não renováveis, modificar atitudes e práticas pessoais, exercer a cidadania, e cuidar do seu próprio ambiente.
Num momento em que a informação ganha papel cada vez mais importante tendo em vista as infinitas possibilidades que as tecnologias e a internet proporcionaram, há que se refletir sobre a importância da educação para a cidadania como forma de motivar e sensibilizar as pessoas para adotarem uma atitude de corresponsabilidade diante de problemas como preservação dos recursos naturais, redução do lixo doméstico, descarte adequado do lixo, além de problemas decorrentes de falta de saneamento básico, políticas públicas de controle de poluição automotiva, entre outras questões.
Tudo isso sugere que a educação ambiental tornou-se determinante para que as pessoas mudem atitudes e adotem comportamentos que promovam a qualidade de vida da população e atuem em suas comunidades dentro de princípios que atendam ao conceito de desenvolvimento sustentável (TAMAIO, 2000).
A esse respeito, Jacobi (2003, p. 192) esclarece que:
A problemática da sustentabilidade assume neste novo século um papel central na reflexão sobre as dimensões do desenvolvimento e das alternativas que se configuram. O quadro socioambiental que caracteriza as sociedades contemporâneas revela que o impacto dos humanos sobre o meio ambiente tem tido consequências cada vez mais complexas, tanto em termos quantitativos quanto qualitativos.
Portanto, é contra esse impacto negativo do homem sobre o meio ambiente que a educação para a cidadania e desenvolvimento sustentável deve estar orientada, e para isso, não basta apenas as escolas assumirem esse compromisso, mas todo e qualquer segmento da sociedade organizada, especialmente os veículos de comunicação de massa.
Conforme esclarece Bonamigo (2000, p. 14): “a cidadania é fundamental como base de uma nova ordem social, encontrando seu aporte na democracia participativa, além de uma prática de reivindicação de apropriação de espaços para fazer valer direitos”.
Oportuno ressaltar que uma das mais relevantes funções sociais do rádio foi no campo da educação. Portanto, temas como cidadania, inclusão social, desenvolvimento sustentável estão relacionados a mudanças de hábitos, de atitudes, de comportamentos, e para isso a educação surge como a estratégia eficaz para que essas mudanças aconteçam (BONAMIGO, 2000).
Ao discorrer sobre a contribuição do rádio na propagação da cidadania, Kommers e Formentini (2013) chamam a atenção para o fato de que os veículos de comunicação de massa assumem papel relevante na discussão sobre temas que envolvem a cidadania, especialmente pela capacidade que o rádio tem de conscientizar a população sobre seus direitos e deveres, além de promover o debate sobre a busca por melhores condições de vida da população.
Partindo da afirmativa de Gentilli (2005, p. 128), de que “o direito à informação é um direito que fomenta o exercício da cidadania e permite ao cidadão o acesso e a crítica aos instrumentos necessários ao exercício pleno do conjunto dos direitos da cidadania”, Kommers e Formentini (2013, p. 4) ressaltam que:
Dentre os veículos de comunicação, observa-se que o rádio apresenta características que favorecem a preocupação com a cidadania, pois além da sua capacidade de atingir grandes públicos, seu formato de veiculação de informações é significativamente abrangente, e pode-se dizer que supera a mídia impressa, pelo fato de que não se restringe a uma elite alfabetizada das sociedades.
É na perspectiva de reafirmar a função social do rádio no que diz respeito a ser um espaço de educação e de discussão de questões relevantes para a sociedade que o programa Conexão Ambiental foi criado com o compromisso de divulgar, com responsabilidade e ética jornalística, ações, projetos, novidades tecnológicas e notícias em geral que visem melhorar a qualidade de vida das pessoas, seguindo o caminho das mídias preocupadas em discutir e debater o futuro das gerações, e o equilíbrio da vida no planeta.
O projeto foi dividido em módulos, com intuito de reconstruir elementos imprescindíveis ao trabalho proposto e alcançar metas da proposta de cobertura jornalística, ou seja:
• Boletins diários: programetes de 3 minutos com formato de boletins informativos nas duas emissoras, RBC AM 1270 e RBC FM 90,1, levando ao ouvinte informações de Goiás, do Brasil e do Mundo.
• Quadro Conexão ambiental: de segunda a sexta-feira com participações ao vivo no programa Show da Tarde com duração de 10 minutos.
• Programa Semanal: todas as sextas-feiras das 8h00 às 9h00 da manhã vai ao ar o programa Conexão Ambiental, explorando uma linguagem de debates e entrevistas, na Rádio Brasil Central AM (onda média, curta e tropical) em cadeia com a FM 90,1.
• Conexão nas redes sociais.
• Conexão Ambiental na TV: veiculação de programa formato documentário de 5 minutos de duração uma espécie de interprograma (filmagem e condução de cenas estilo europeu).
A grande relevância do projeto Conexão Ambiental reside na capacidade de promover temas relativos à educação ambiental, elaborar mecanismos eficientes para produzir conteúdos de real valor para a sociedade, propagar informações capazes de cumprir com sua função social, e sua relação com a humanidade.
Nesse contexto, o Conexão Ambiental pretende ser um espaço de informação, de debates e discussões públicas sobre as temáticas que envolvem os problemas ambientais, estimulando e cobrando soluções tanto por parte do governo quanto da sociedade.
3 METODOLOGIA
3.1 Delineamento da pesquisa
Sobre o delineamento da pesquisa, Prodanov e Freitas (2013, p. 54) afirmam que “o elemento mais importante para a identificação de um delineamento é o procedimento adotado para a coleta de dados”.
Dessa forma, o pesquisador pode optar por duas linhas de delineamento: aquele em que a fonte de dados é fornecida pela literatura científica impressa ou disponibilizada por meio eletrônico, como no caso da pesquisa bibliográfica por exemplo ou ainda optar pela fonte de dados fornecidos por pessoas, como no caso da pesquisa experimental, pesquisa-ação, estudo de caso etc. (PRODANOV e FREITAS, 2013).
Diante disso, o desenvolvimento do tema, no que diz respeito ao rádio na condição de espaço de discussão e promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, foi viabilizado pela realização de Pesquisa Bibliográfica de caráter exploratório e Estudo de Caso, tendo como objeto de estudo o programa Conexão Ambiental, com abrangência na cidade de Goiânia (GO), produzido por profissionais do rádio desta cidade e levado ao ar em cadeia pela Rádio Brasil Central AM 1270 e RBC FM 90,1.
A Pesquisa Bibliográfica, de acordo com Gil (2008, p. 50), “é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Uma das vantagens mais importantes da pesquisa bibliográfica é o fato de proporcionar ao pesquisador a abordagem de fenômenos que envolvem o tema pesquisado de forma muito mais ampla. Por este motivo, conforme esclarecem Marconi e Lakatos (2003, p. 183), “sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que foi escrito sobre determinado assunto”.
No que diz respeito ao caráter exploratório da pesquisa, Gil (2008, p. 50) ressalta que “parte dos estudos exploratórios podem ser definidos como pesquisas bibliográficas, assim como certo número de pesquisas desenvolvidas a partir da técnica de análise de conteúdo”.
O Estudo de Caso foi o procedimento técnico adotado com o objetivo de fornecer resposta aos questionamentos levantados, ou seja, o rádio ainda pode ser considerado um espaço de discussão de temas de relevante interesse para a sociedade? Na opinião dos ouvintes, qual a efetiva contribuição do programa Conexão Ambiental para a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável?
De acordo com Marconi e Lakatos (2003, p. 221), os métodos de procedimento, como o Estudo de Caso, por exemplo, são etapas mais concretas da investigação, “com finalidade mais restrita em termos de explicação geral dos fenômenos menos abstratos. Pressupõem uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular”.
Gil (2008, p. 57) ressalta que o Estudo de Caso “é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado”.
Trata-se de um procedimento técnico de metodologia utilizado amplamente pela sua capacidade de atender a diferentes propósitos, como explorar situações da vida real, descrever a situação do contexto em que está sendo desenvolvida determinada investigação, além de explicar as variáveis causais de determinado fenômeno (GIL, 2008).
Com esse delineamento – Pesquisa Bibliográfica e Estudo de Caso – é possível oferecer uma resposta concreta aos questionamentos levantados e assim atender ao objetivo geral da pesquisa, que consiste em investigar como o rádio pode contribuir no processo de formação e conscientização da população a respeito de temas relacionados à cidadania e ao desenvolvimento sustentável, tendo como parâmetro o programa Conexão Ambiental.
3.2 Universo e amostra
O universo ou a população de uma pesquisa consiste no conjunto de elementos definidos e com determinadas características, e com pelo menos uma característica em comum, como por exemplo, a população da cidade de Goiânia formada pelos ouvintes da Rádio Brasil Central AM 1270. A amostra consiste em uma parcela convenientemente selecionada do universo, como por exemplo, os ouvintes do programa Conexão Ambiental (MARCONI e LAKATOS, 2003).
Não existem dados estatísticos que comprovem o alcance de audiência da Rádio Brasil Central AM 1270 e RBC FM 90,1. Definiu-se, então, no que diz respeito à amostra, por questões de viabilidade, essa amostra foi composta por 107 participantes, escolhidos pelo critério de acessibilidade e disponibilidade em participar do estudo, critérios menos rigorosos, pois seleciona participantes pela facilidade de acesso a eles e pela disponibilidade em participarem da pesquisa (VERGARA, 2007).
Além disso, visando à fidedignidade dos resultados, levou-se em consideração também critérios mais específicos, como a idade mínima de 18 anos, ser morador da cidade de Goiânia, ser ouvinte de rádio (programa Conexão Ambiental) e acompanhar os debates promovidos no espaço do programa com certa frequência.
3.3 Instrumento de coleta de dados
Foi utilizado o questionário como instrumento de coleta de dados. Tal instrumento é definido por Gil (2008, p. 121) como “um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, comportamentos etc.”.
Entre as vantagens do questionário, uma delas é o fato de possibilitar atingir um número amplo de participantes, a facilidade para as respostas e a garantia do anonimato dos sujeitos da pesquisa (GIL, 2008).
Entre os inúmeros modelos de questionário, nesta pesquisa foi utilizado o modelo estruturado misto, com perguntas abertas e fechadas (em apêndice).
No que diz respeito aos procedimentos de coleta, os questionários foram disponibilizados ao público ouvinte do programa Conexão Ambiental por via direta e por meio de recursos tecnológicos e redes sociais (e-mail, serviço Survey online, WhatsApp, etc.). Com esse procedimento, obteve-se um total de 63 respondentes via redes sociais e 44 com respostas físicas.
Para tal procedimento, a coleta de dados aconteceu entre os dias 28 de janeiro a 15 de fevereiro de 2017, período em que o questionário ficou disponibilizado para os participantes.
Após a coleta dos dados, procedeu-se a tabulação dos mesmos, ocasião em que foram gerados também os gráficos para a apresentação dos resultados e sua posterior análise e discussão.
4 RESULTADOS
A amostra foi caracterizada por critérios de idade, gênero, profissão, escolaridade, tempo que mora em Goiânia e bairro onde mora. No que diz respeito à idade, a Tabela 1 apresenta os seguintes resultados:
Foi possível contar com participantes do sexo masculino e feminino, prevalecendo a maioria de mulheres, conforme mostra a Tabela 2:
Quanto à atividade profissional, a amostra alcançou diversas áreas de atuação, destacando-se radialistas/jornalistas, servidores públicos, empresários, professores, entre outras, conforme apresentado pela Tabela 3:
O grau de escolaridade foi mais um critério para caracterização da amostra. De acordo com os resultados apresentados pela Tabela 4, é possível constatar que prevaleceu indivíduos com Ensino Superior:
A pesquisa considerou o bairro e o tempo em que o participante mora em Goiânia. Foi possível atingir moradores de diversas localidades, destacando-se três bairros: o Setor Central, o Setor Universitário e o Setor Bueno. Quanto ao tempo em que mora em Goiânia, os resultados mostram que a maioria está na cidade entre 30 e 45 anos, conforme apresentado pelas tabelas 5 e 6 respectivamente:
Após a caracterização da amostra procurou-se saber se o participante acredita que as questões relacionadas ao meio ambiente podem interferir de forma positiva ou negativa sobre a qualidade de vida das pessoas. Os resultados mostram que essa interferência acontece na opinião de 97,20% dos participantes, ao passo que, para 2,80% as questões relacionadas ao meio ambiente não interfere na qualidade de vida das pessoas. A qualidade de vida está intimamente relacionada ao meio ambiente, cujo conceito atual é abrangente, não se limitando apenas aos recursos naturais, mas às condições de vida nos centros urbanos, ou seja, cuidar do meio ambiente sugere uma convivência equilibrada com os recursos naturais, bens culturais, o patrimônio histórico, artístico, turístico e arquitetônico (SILVA, 2004).
Sobre os problemas ambientais mais graves encontrados no bairro onde moram foram citadas as queimadas e o desmatamento, com 13,08%; o excesso de lixo nas ruas, com 30,84%; a falta de coleta seletiva do lixo, com 17,76%; falta de saneamento básico, com 11,21%; a poluição dos recursos hídricos, com 10,28%; e a falta de consciência ambiental por parte dos moradores, que atingiu o percentual de 16,82%. Percebe-se que houve uma alta incidência de respostas relativas ao excesso de lixo nas ruas associado com a falta de coleta seletiva e, logo a seguir, a falta de saneamento básico e a consequente poluição dos recursos hídricos. O descarte do lixo urbano tem sido um dos grandes obstáculos para os gestores, especialmente pelo fato da maioria das cidades não contarem com um sistema eficiente para descarte, coleta e reciclagem desse lixo.
Quanto à atitude dos participantes em relação aos problemas ambientais citados, a consciência ambiental foi citada por 26,17% dos participantes; o descarte do lixo de forma adequada registrou 27,10%; discutir temas sobre educação ambiental nos canais da mídia apresentou 7,48%; fazer denúncias aos órgãos competentes é uma atitude de 14,02%; produzir menos lixo doméstico é uma atitude de 11,21%; e 14,02% dos participantes declararam-se indiferentes aos problemas ambientas da cidade ou do bairro onde moram. Esse conjunto de atitudes evidencia um processo de conscientização da população sobre os problemas ambientais, envolvendo questões relacionadas também à cidadania e ao desenvolvimento sustentável.
A pesquisa mostrou que cidadania e desenvolvimento sustentável são conceitos claros e de fácil entendimento para 91,59% dos participantes, contra 8,41% não têm essa percepção. Nesse contexto, 95,33% dos participantes acreditam que os meios de comunicação de massa, especialmente o rádio, podem ajudar a população a entender melhor os benefícios das atitudes e ações que promovam a cidadania e o desenvolvimento sustentável, ao passo que 4,67% não acreditam nessa possibilidade. Evidencia-se nestas duas questões a função social do rádio, a partir do que afirma César (2005), quando relata sobre as características funcionais do rádio, especificamente quanto à capacidade de orientar o comportamento social, estabelecendo padrões e auxiliando na tomada de decisões sobre como agir como cidadãos.
Os resultados mostram que 89,72% dos participantes não estão envolvidos em algum projeto de educação ambiental, onde apenas 10,28% encontram-se engajados em algum tipo de projeto. Essa falta de envolvimento nem sempre está associada com a vontade ou não do indivíduo em participar de algum projeto de educação ambiental, mas sim, à falta de conscientização sobre a importância dessa sua participação e seu comprometimento. Entre aqueles que estão envolvidos, destacam-se iniciativas entre grupos de vizinhos para a redução e descarte adequado do lixo doméstico, além do uso consciente da água nas tarefas domésticas.
Na opinião dos participantes as ações que mais trariam benefícios para a cidade, no que diz respeito à promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, em ordem de importância, estão relacionadas à intensificar a coleta seletiva de lixo, com 21,18%; ações de proteção dos recursos naturais, especialmente os recursos hídricos, com 17,76%; implantação de projetos de educação ambiental nas escolas, com 16,51%; implantação de políticas públicas que resolvam ou melhorem os problemas de saneamento básico, com 13,40%; mais investimentos em infraestrutura básica, com 11,21%; políticas de combate ao uso e ocupação irregular do solo, com 8,10%; ações junto à população para erradicar o mosquito Aedes Aegypti, com 7,17%; e ações para reduzir a poluição provocada pelos automóveis, com 4,67%. Observa-se nessa questão que a população aponta ações pontuais motivada por problemas encontrados na sua comunidade e que precisam de soluções urgente, mas no entanto, são ações que de uma forma global promovem a cidadania e o desenvolvimento sustentável, sendo um indicador positivo no que diz respeito à consciência ambiental.
Entre os 107 participantes da pesquisa, somente 29 pessoas conhecem o programa Conexão Ambiental, ao passo que 78 indivíduos declararam não conhecer o programa. Assim, a melhor contribuição que o Conexão Ambiental tem dado no sentido de promover a cidadania e o desenvolvimento sustentável na cidade de Goiânia, na opinião de 62,07% daqueles que conhecem o programa, é estimular o processo de conscientização sobre os problemas ambientais; para 20,69% é a possibilidade de discutir problemas da cidade; na opinião de 10,34%, a maior contribuição é aproximar o ouvinte do rádio, e para 6,90% é a oportunidade de divulgar esses problemas e a partir daí, discutir soluções viáveis junto com a população e os órgãos competentes.
O rádio ainda é considerado um dos mais importantes veículos de comunicação de massa, pelo fato de abrir espaço ao debate sobre temas importantes para a sociedade. As características do rádio favorecem a preocupação com a cidadania, além de permitir o debate com grandes públicos (KOMMERS e FORMENTINI, 2013). No entanto, as mídias sociais, a programação das emissoras abertas de TV e a programação veiculada pelos canais fechados de TV representam alguns dos grandes obstáculos para que programas como o Conexão Ambiental possam se consolidar como um espaço de debate, resgatando umas das funções sociais relevantes deste veículo, que é a integração de pessoas em busca de soluções de problemas comuns.
Os resultados mostram que 36,45% dos participantes gostariam de participar de algum projeto de educação ambiental. No entanto, uma parcela de 63,55% não têm esse interesse.
Quanto ao tipo de projeto que os participantes gostariam de estar engajados, destaca-se a implantação em condomínios de uma política de coleta de óleo de cozinha para evitar que esses resíduos venham contaminar os recursos hídricos. Trabalhar com projetos de educação ambiental nas escolas foi também apontado como uma iniciativa que desperta o interesse dos participantes, principalmente por atuar diretamente com crianças e assim, tendo a oportunidade formar uma geração consciente e comprometida com a preservação dos recursos naturais, com o desenvolvimento sustentável e com a qualidade de vida nos centros urbanos.
Entre as sugestões dadas pelos participantes para que o rádio, de uma forma geral, e o programa Conexão Ambiental, de forma específica, possam se tornar um espaço de discussão e promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, os participantes esperam que aconteça um processo de interação mais dinâmico e efetivo do rádio com os ouvintes para que estes possam apresentar e discutir ações que contribuam para um ambiente mais sustentável. Não podemos afirmar se os participantes que conhecem o programa conexão ambiental tem mais ou menos afinidade/domínio com os conceitos de cidadania e desenvolvimento sustentável.
Uma sugestão para que essa interação aconteça seria o caso de a produção do Conexão Ambiental, sempre que possível, trabalhar de forma itinerante, apresentando o programa em locais previamente escolhidos e assim poder contar diretamente com os moradores daquela comunidade.
Outra sugestão é a possibilidade de abrir espaços no programa para pequenas contribuições da sociedade no sentido de divulgar experiências positivas que estejam sendo realizadas nos bairros, além de realizar parcerias com empresas e movimentos organizados para que se possa viabilizar a implantação de projetos de preservação ambiental.
De uma forma geral, as sugestões apresentadas pelos participantes apontam para uma aproximação do Conexão Ambiental com o público, seja realizando enquetes ou debates nos bairros, seja na própria emissora, e com isso tornar o programa mais conhecido do público, elevando assim o número de ouvintes, tornando-se enfim, um agente multiplicador de projetos e atitudes de promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável.
5 CONCLUSÃO
A história do rádio no Brasil foi marcada pela oportunidade de colocar em evidência a riqueza cultura do país e com isso, ser um veículo de integração e que teve na educação sua função social mais relevante.
Durante os anos de 1920 até meados de 1960 o rádio foi um instrumento de registro dos momentos históricos que marcou a vida dos muitos brasileiros, sejam políticos, trabalhadores, governantes, artistas, cantores ou simplesmente cidadãos que buscavam no rádio informações, entretenimento e conhecimento que lhes permitissem viver essa cidadania que começou a ser conquistada graças à função social do rádio de promover e fomentar atividades educativas, culturais, artísticas e informativas.
No que diz respeito ao objetivo geral do estudo, que consiste em investigar como o rádio pode contribuir no processo de formação e conscientização da população a respeito de temas relacionados à cidadania e desenvolvimento sustentável, tendo como parâmetro o caso específico do programa Conexão Ambiental, acredita-se que este objetivo foi atendido com os resultados apresentados pelo Estudo de Caso.
De forma geral o rádio é considerado por 95,33% dos participantes dessa pesquisa de campo como uma ferramenta que ajuda e muito a população a entender melhor a importância da temática sobre cidadania, desenvolvimento sustentável e meio ambiente, isto é, foi possível confirmar que o rádio ainda é um dos mais importantes veículos de comunicação de massa, e isso se dá pelo fato de integrar comunidades, oferecer respostas rápidas às demandas da sociedade, e acima de tudo, oferecer espaços para debates sobre questões de interesse da sociedade, como a cidadania e o desenvolvimento sustentável, sendo essa a maior contribuição do rádio no processo de conscientização da população.
As conclusões do estudo apontam no sentido de que a função social do rádio se materializa a partir da capacidade que este veículo tem de promover o debate, de ser um espaço de discussão sobre problemas gerais de interesse da sociedade.
E no que diz respeito sobre qual a efetiva contribuição do programa Conexão Ambiental para a promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável, esta contribuição é uma realidade que tende a ganhar relevância, pois 62,07% dos entrevistados indica a capacidade do programa de conscientizar o ouvinte, e de certa forma, pode ser considerado efetivamente um agente multiplicador na conscientização da população sobre a importância de se adotar atitudes proativas que promovam a cidadania e o desenvolvimento sustentável em suas comunidades.
Ainda assim, apesar da importância da função social do rádio para o processo de geração de cidadania, promoção da informação e, claro, conscientização ambiental dos ouvintes, a rádio Brasil Central passa hoje por diversos problemas, como por exemplo, a perda significativa de servidores, remanejados para outros órgãos estaduais, algo que pode afetar a qualidade e a continuidade do programa Conexão Ambiental.
REFERÊNCIAS
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APÊNDICE. Roteiro de Questionário
PARTE 1
1. Idade
( ) Entre 18 a 25 anos
( ) Entre 26 a 35 anos
( ) Entre 36 a 45 anos
( ) Entre 46 a 55 anos
( ) Acima de 55 anos
2. Sexo
( ) Masculino
( ) Feminino
3. Profissão: ______________________________________________________________________
4. Escolaridade
( ) Ensino Fundamental
( ) Ensino Médio
( ) Ensino Superior
5. Tempo que mora em Goiânia: ________________________________
6. Bairro onde mora: ___________________________________________________________
7. Você acredita que as questões relacionadas ao meio ambiente podem interferir de forma positiva ou negativa sobre a qualidade de vida das pessoas?
( ) Sim ( ) Não
8. Na sua opinião, quais os problemas ambientais mais graves que você encontra em seu bairro ou na sua cidade?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
9. Explique como tem sido a sua atitude diante desses problemas citados por você.
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
10. Cidadania e desenvolvimento sustentável são conceitos claros e de fácil entendimento para você?
( ) Sim ( ) Não
PARTE 2
11. Cidadania e desenvolvimento sustentável são conceitos que têm a ver com mudanças de atitude e adoção de pequenas ações praticadas no dia a dia que melhorem a vida das pessoas. Você acredita que os meios de comunicação de massa, especialmente o rádio, podem ajudar a população a entender melhor os benefícios dessas atitudes e ações?
( ) Sim ( ) Não
12. Você está envolvido em algum projeto de educação ambiental na sua comunidade? Em caso positivo, em que consiste esse projeto?
( ) Sim ( ) Não
Em que consiste projeto:_________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
13. Na sua opinião, quais ações trariam mais benefícios para o seu bairro e para a cidade de Goiânia, no que diz respeito à promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável. Assinale até três ações:
( ) Implantar projetos de educação ambiental nas escolas.
( ) Intensificar a coleta seletiva do lixo.
( ) Mais investimentos em infraestrutura básica.
( ) Combater o uso e a ocupação irregular do solo.
( ) Implantar ações para reduzir a poluição provocada pelos automóveis.
( ) Proteger os recursos naturais, especialmente os recursos hídricos.
( ) Implantar políticas públicas que resolvam ou melhorem os problemas de saneamento básico.
( ) Implantar ações junto à população para erradica o mosquito Aedes Aegypti.
14. Você conhece o programa Conexão Ambiental que é levado ao ar pela Rádio Brasil Central AM 1270 e RBC FM 90,1 de Goiânia?
( ) Sim ( ) Não
15. Na sua opinião, qual a melhor contribuição que o Conexão Ambiental tem dado no sentido de promover a cidadania e o desenvolvimento sustentável na sua cidade?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
16. Você gostaria de participar de algum projeto de educação ambiental em sua cidade ou no seu bairro? Em caso positivo, explique em qual tipo de projeto você gostaria de ser incluído.
( ) Sim
( ) Não
Tipo de projeto: ________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
17. Quais sugestões você daria para que o rádio, de uma forma geral, e o programa Conexão Ambiental, de forma específica, possa se tornar um espaço de discussão e promoção da cidadania e do desenvolvimento sustentável?
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________






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